quarta-feira, 6 de junho de 2012

Folclore Goiano




Danças, lendas e magias


Cavalhadas de PirenópolisA palavra folclore derivado das expressões inglesas folk (povo) e lore (saber) e, portanto, significa "saber do povo". Segundo o estudioso Bariani Ortêncio, a palavra foi criada por William John Thoms e publicada, pela primeira vez, em 22 de agosto de 1846, data que passou a ser celebrado o Dia do Folclore.

Quando falamos de folclore no Brasil, estamos englobando três categorias: o folclore geral, nacional e conhecido por todos - como as lendas do saci-pererê, negrinho do pastoreio e iara, as festas e procissões consagradas a santos e à Nossa Senhora e comidas e bebidas como feijoada e cachaça; o folclore regional, que apresenta elementos específicos ligados a expressões e tradições enraizados somente em determinada área, como as Cavalhadas de Pirenópolis, em Goiás, que são realizadas em diversas outros locais, mas todos do Centro-Oeste; e o folclore local ou específico, que é aquele criado no cotidiano e que normalmente expressa traços de personalidade do ator do evento ou festa, como a Folia do Divino, em que a cozinheira pode incrementar o frango a ser servido com um tempero a mais ou incluir algo que não estava previsto - por exemplo, um doce feito de rapadura ralada e amendoim torrado e socado, o pé-de-moleque.

Folclore Goiano

Danças

-Cavalhadas: realizada no chamado Ciclo do Divino Espírito Santo e de origem medieval, foi introduzida pelos portugueses. Duas equipes de cavaleiros, vestidos a rigor, uma azul e outra vermelha, simulam uma guerra entre mouros e cristãos. O palco normalmente é o gramado de um estádio de futebol.

-Congada: introduzida por negros, é marcante em todo o interior brasileiro e está ligada às festas do Divino e de Nossa Senhora do Rosário. Dois grupos de homens, vestidos normalmente de vermelho ou azul simulam uma batalha, cantando e dançando, enquanto instrumentistas tocam viola e percussão.

-Lundu: dança erótica para a qual faz-se uma roda, na qual todos os dançarinos vão entrar e sair, um a um, enquanto a música rola com violeiros e muitas palmas. -Catira: essa dança é feita em duas fileiras, uma de frente para a outra, em que todos saltam, batem palmas e batem o pé no chão estabelecendo um ritmo. Também é dançada em uma única fileira e de frente para o público.

Lendas

-Romãozinho

Romãozinho era um negrinho muito levado que, depois de muito aprontar, tornou-se uma espécie de diabinho. Tudo começou no dia em que ele foi levar comida para o pai, que trabalhava longe na roça, e no caminho resolveu comer os pedaços de frango e deixar os ossos no prato. Ao encontrar o pai, Romãozinho disse que sua mãe havia mandado só aquilo e que o frango tinha sido comido por um homem que ia se encontrar com ela todos os dias, assim que ele saía.

Enfurecido, o pai de Romãozinho foi depressa para casa e, lá chegando, encontrou a mulher só, a costurar roupas, mas mesmo assim, ele lhe deu uma tremenda surra. Romãozinho assistiu a tudo aquilo morrendo de rir, mas quando sua mãe viu, ela jogou-lhe uma praga, afirmando que nunca mais ele conseguiria ficar quieto. Desde então, Romãozinho percorre os sertões fazendo arte e maldades, jogando pedras nas pessoas e casas, roubando coisas e assustando animais e crianças.

-Pé-de-garrafa

O Pé-de-Garrafa é um selvagem cabeludo, mas tem somente um pé, o esquerdo, e deixa no solo uma peganda redonda. Adora aparecer para as pessoas nas matas e desaparece a seguir deixando quem o viu arrepiado.

-Negro d'água

Habita as margens dos rios dos cerrados, é todo negro e tem a cabeça pelada e mãos e pés de pato. Aparece entre pedras, à tardinha ou em noites de luar, a canoeiros e pescadores e tenta virar a canoa. E não adianta nem atirar porque bala não entra nele.

-Rodeiro

Habitante do Vale do Araguaia, trata-se uma arraia gigantesca, que, desperta, ataca pessoas, embarcações, além de animais, nas praias do rio.

-Magias e supestições

-Cura de dor de dente: escreva no chão três vezes a frase "Ar a mate". A seguir, rezam-se três Pai Nosso e três Ave Maria a Santa Apolônia.

-Para abreviar um parto: o marido deve correr três vezes em volta da casa, segurando um machado bem pesado.

-Chifre de boi: coloca-se um chifre de boi ou o esqueleto da cabeça de um boi pendurado na entrada da fazenda ou casa para proteger de mau-olhado, trazer prosperidade, afastar pragas da lavoura e proteger de tempestades ou secas prolongadas.

-Olho-do-sol: para fazer parar de chover, fazem-se três círculos no chão, desenhados com o calcanhar e o dedão descalço.

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