domingo, 25 de setembro de 2011
Pintores brasileiros
Vida e obras de artistas brasileiros e vários videos com técnicas de pintura para quem se interessar. Muito bom.
http://www.pinturasemtela.com.br/category/pintores-brasileiros/page/2/
http://www.pinturasemtela.com.br/category/pintores-brasileiros/page/2/
Imagens
Cândido Portinari e outros com vida e obras.
http://www.google.com.br/imgres?q=candido+portinai+e+victor+meireles&um=1&hl=pt-BR&sa=N&biw=1152&bih=775&tbm=isch&tbnid=igeVjyygZcFX6M:&imgrefurl=http://www.pinturasemtela.com.br/category/pintores-
http://www.google.com.br/imgres?q=candido+portinai+e+victor+meireles&um=1&hl=pt-BR&sa=N&biw=1152&bih=775&tbm=isch&tbnid=igeVjyygZcFX6M:&imgrefurl=http://www.pinturasemtela.com.br/category/pintores-
O Figurativo, O Abstrato e o Conceitual
Queridos alunos, estou postando esse site para que vocês que não compreenderam em sala de aula, possam de alguma forma com tempo, desmistificar esses conceitos.
Façam uma boa leitura e tenham uma boa compreensão.
http://artevis.blogspot.com/2007/07/o-figurativo-o-abstrato-e-o-conceitual.html
Façam uma boa leitura e tenham uma boa compreensão.
http://artevis.blogspot.com/2007/07/o-figurativo-o-abstrato-e-o-conceitual.html
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Muralismo
Mais um site sobre muralismo.
Fotografia
Um dos fotógrafos mais realistas do século. Eu me emocionei quando fui visitar a sua exposição na Galeria Jaime Câmara, e até hoje quando revejo suas fotos. Essas fotos são para vocês curtirem....
Esculturas de esqueletos
Coloquei esse site para que vocês se identifiquem com outros materiais alternativos.
Esculturas de papelão
Achei muito interessante porque são feitas de material alternativo.
Muralismo
Olá! alunos, espero que a vida de vocês em Arte, esteja bem fácil agora. Está tudo mastigadinho para que ninguém reclame!!!!
Boa pesquisa.......
Funções da Arte
Olá! turma , aqui vai mais um site para vocês adquirirem muito mais conhecimento sobre Artes Visuais. Boa leitura!
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Material que pode ajudar no vestibular
Encontrei coisas importantes sobre Cândido Portinari, um dos mais conhecidos artista brasileiro citado nas provas do ENEM e Vestibulares nesse site. Espero que vocês se deliciem com a história desse artista maravilhoso.
sábado, 10 de setembro de 2011
Gravura
Gravura: conceito, história e técnicas
Mauro Andriole
O termo "gravura" é muito conhecido pela maioria das pessoas, no entanto, as várias modalidades que constituem esse gênero, costumam confundir-se entre si, ou com outras formas de reprodução gráfica de imagens. Isto faz da gravura uma velha conhecida, da qual pouco sabemos de fato.
De um modo geral, chama-se "gravura" o múltiplo de uma Obra de Arte, reproduzida a partir de uma matriz. Mas trata-se aqui de um reprodução "numerada e assinada uma a uma", compondo desta forma uma edição restrita, diferente do "poster", que é um produto de processos gráficos automáticos, e reproduzido em larga escala sem a intervenção do artista.
Um carimbo pode ser a matriz de uma gravura, a grosso modo. Mas quando esse "carimbo" é fruto da elaboração e manipulação minuciosa de um artista, temos um "original" - uma matriz - de onde surgirão as imagens que levarão um título, uma assinatura, a data e a numeração que a identificam dentro da produção desse artista: torna-se uma Obra de Arte.
Cada imagem reproduzida desta forma, é única em si, independentemente de suas cópias, consequentemente, cada gravura "é única", é uma Obra original assinada. O fato de haver cópias da mesma imagem, nada tem a ver com a questão de sua originalidade. Ao contrário disso, a arte da gravura está justamente na perícia da reprodução da imagem, na fidelidade entre as cópias, este é um dos fatores que distinguem o artista "gravador".
Quando falamos de gravura, temos em mente um processo inteiramente artesanal. Desde a confecção da matriz, até o resultado final da imagem impressa no papel, a mão do artista está em contato com a Obra.
Depois de impressa, cada gravura recebe a avaliação particular do artista, que corrige os efeitos visuais ou os tons e cores, ou ainda, acrescenta ou elimina elementos que reforcem o caráter que quer dar à imagem.
Quando a imagem chega ao "ponto", define-se a quantidade de cópias para a edição. As gravuras editadas são assinadas, numeradas e datadas pelo próprio artista. Em geral a numeração aparece no canto inferior esquerdo da gravura - 1/ 100, ou 32/ 50 por exemplo - isto indica o número do exemplar (1 ou 32), e quantas cópias foram produzidas daquela imagem (100 ou 50). O número de cópias varia muito, e depende de fatores imprevisíveis, que vão desde a possibilidade técnica que cada modalidade permite, ou também da demanda "comercial", ou do desejo do artista apenas. Grandes edições não chegam a 300 cópias, mas em geral o número é muito menor, ficando por volta de 100. Gravuras em Metal costumam ser as de menor tiragem, devido ao desgaste da matriz, que não costuma agüentar muito mais de 50 cópias.
Outras indicações também são usadas em gravuras: PI (prova do impressor), BPI (boa para impressão, quando chega-se ao resultado desejado para todas as cópias), PE (prova de estado, que indica uma etapa da imagem antes de sua configuração final), PCOR ( prova de cor, correspondendo à investigação de combinações de cores e tons), e também PA (prova do artista, que representa um percentual que o artista separa para seu acervo, em geral 10% da edição)
Além do trabalho do artista, há também a preciosa atuação do "impressor", uma figura que está atrás do pano, por assim dizer, alguém que não cria a imagem, tampouco assina a Obra, mas faz com que ela "apareça" aos olhos do artista, literalmente.
O impressor é quem domina os segredos do "processamento da matriz e da reprodução fiel das cópias". Há artistas impressores também, mas no geral, a gravura é fruto de um trabalho coletivo.
A gravura é um meio de expressão que sempre ocupou lugar de destaque na produção da maioria dos artistas, pois possui características sem equivalência em outras modalidades artísticas. Suas operações sofisticadas e a invenção dos métodos de imprimir, e das próprias prensas, fizeram do ofício do artista gravador um misto de gênio da criação, com engenheiro e alquimista. Não é difícil imaginar as dificuldades de produção de uma gravura em Metal, ou Litografia em épocas que eram iluminadas a fogo, num tempo em que a carroça e o cavalo eram os transportes mais comuns nas grandes cidades, e que nada se sabia sobre plástico ou nem se imaginava a possibilidade de comprar uma lixadeira elétrica na loja de ferragens.
A Arte da gravura exigia conhecimentos que iam muito além do seu próprio universo. E igualmente, sua penetração na sociedade nada tinha de comum com o que hoje observamos, daí seu alto valor como técnica e conhecimento dentro das atividades humanas num mundo pré-industrial.
A gravura serviu de laboratório para grandes idéias e para veicular ideais com maior facilidade, criando interação entre camadas distintas da sociedade.
A interação do artista com o impressor pode comparar-se a do maestro com o músico durante uma sinfonia. Cada um é mestre em seu ofício, e não há mérito maior para um ou para outro, senão o de "juntos" obterem a Obra de Arte.
Existem vários tipos de gravura, ou, técnicas distintas de reproduzir uma Obra. As mais utilizadas pelos artistas são: a gravura em Metal, a Litografia, a Xilografia, o Linóleo e a Serigrafia.
Daremos uma breve descrição destas modalidades de gravura, apenas como uma aproximação inicial, levando em consideração que o estudo aprofundado exigiria muito mais tempo e formas específicas que fogem completamente do propósito deste artigo. De alguma forma, contudo, investigaremos o fascinante universo da gravura e comprovaremos que ela é objeto de grande valor na história humana.
METAL
A gravura em Metal é uma das mais antigas, temos Obras nesta técnica, produzidas por vários gênios da Renascença, como Albert Dürer por exemplo, datando de 1500 d.C.
A técnica do Metal consiste na "gravação" de uma imagem sobre uma chapa de cobre. Os meios de obter a imagem sobre a chapa são muitos, e não seria exagero dizer que são quase "infinitos", pois cada artista desenvolve seu procedimento pessoal no trato com o cobre. De um modo geral, o artista faz o desenho por meio de uma ponta seca - um instrumento de metal semelhante a uma grande agulha que serve de "caneta ou lápis". A ponta seca risca a chapa, que tem a superfície polida, e esses traços formam sulcos, micro concavidades, de modo a reterem a tinta, que será transferida através de uma grande pressão, imprimindo assim, a imagem no papel.
Esta não é a única forma de trabalhar com o Metal, como dissemos antes, mas é um procedimento muito usual para os gravadores. Além de ferir a chapa de cobre com a ponta seca, obtendo o desenho, a chapa também pode receber banhos de ácido, que provocam corrosão em sua superfície, criando assim outro tipo de concavidades, e consequentemente, efeitos visuais. Desta forma o artista obtém gradações de tom e uma infinidade de texturas visuais. Consegue-se assim uma gama de tons que vai do mais claro, até o mais profundo escuro.
Os dois procedimentos, a ponta seca e os banhos de ácido, são usados em conjunto, e além destes, ainda há outros mais sofisticados, mas que exigem longas explicações, pois envolvem a descrição de operações muito complexas. A ponta seca é o instrumento mais comum, mas existem vários outros para gravar o cobre, cada qual conferindo um possibilidade diferente ao artista.
LITOGRAFIA
A Litografia surge por volta de 1797, inventada por Alois Senefelder.
Desta vez, a matriz a partir da qual se reproduzem as cópias é uma pedra, que é igualmente polida, como o cobre, e que também receberá banhos corrosivos que criarão micro sulcos para reter a tinta que será impressa no papel.
O processo de gravação na pedra litográfica se dá primeiramente através da utilização de material oleoso, com o qual se elabora a imagem. Este material pode ter várias formas diferentes.
Existem como "lápis litográficos" ( possuindo gradações distintas quanto ao seu grau de dureza, assim como os lápis de grafite de desenho - série H, os mais duros, e série B, os macios.) Também podem ser em formato de "barrinhas", como o giz de cera comum, com os quais se desenha na pedra. E há tintas à base de óleo que também gravam a pedra, usando-se o pincel, como uma espécie de nanquim. E até o contato da mão do artista pode "marcar" a imagem, fato que exige perícia na hora de desenhar, evitando manchas acidentais. O desenho feito na pedra é sempre em preto, as cores só vão surgir na hora de imprimir a imagem no papel.
Temos, portanto, em síntese, que a pedra litográfica é sensível à gordura, e que a imagem produzida, pode ser obtida através de inúmeras formas conforme os materiais acima citados. Fica claro que isto permite uma vasta diferenciação entre as técnicas de cada artista, conferindo assim, sempre efeitos muito pessoais na criação da imagem.
Além de "gravar" a pedra com "gordura", é preciso que o artista isole as áreas que ficaram "em branco", ou seja, que continuam sem desenho. Isto se faz com uma goma, "lacrando" a pedra para o processo de corrosão. Somente as áreas desenhadas sofrerão o ataque corrosivo, de modo a criar micro concavidades para a receber a tinta, as demais continuarão "em branco" e estarão sempre molhadas durante a impressão. A tinta também é oleosa, por isso só adere aonde está o desenho, nas área "em branco" sofre a ação repelente da água.
A tinta é transferida para a pedra já "processada" usando-se um rolo de borracha, semelhante ao rolo de esticar massas. Apenas uma fina camada de tinta é suficiente para imprimir a imagem no papel.
A operação final é a "passagem" da imagem para o papel usando-se uma grande prensa que esmaga o papel sobre a pedra.
XILOGRAFIA
A forma mais antiga de impressão é a utilização de um relevo que recebe a tinta, a partir do qual se transfere a imagem para outra superfície. Dentre estes processos está a Xilografia.
A Xilografia consiste numa matriz em alto relevo produzida em madeira. Esta forma de gravação foi amplamente utilizada ao longo de toda história. Grandes nomes da Arte serviram-se de seus recursos, seja em períodos longínquos, ou em nossa época.
A imagem é gravada através de goivas, formões e pontas cortantes. O artista "entalha" seu desenho na madeira, ao modo de um escultor, mas tem em mente que essa matriz não é a Obra, e sim o meio para alcançá-la. Depois disso, a matriz recebe a tinta e vai para a prensa com o papel. Há também a impressão com as costas de uma colher. Esta técnica exige grande habilidade do artista e permite a obtenção de detalhes que a prensa não consegue alcançar.
LINÓLEO
Esta técnica assemelha-se ao entalhe da Xilogravura, no entanto, ao invés de madeira, a matriz é de material sintético - placas de borracha, chamadas "linóleo".
Igualmente a "Xilo", a placa de linóleo receberá a tinta que ficará nas partes em alto relevo, e sobre pressão será transferida para o papel.
Esta técnica é mais recente do que a Xilogravura devido ao material de sua matriz, e foi muito utilizada pelos artistas modernos, como Picasso por exemplo.
SERIGRAFIA
A Serigrafia é a modalidade mais recente das técnicas apresentadas até então. Convivemos diariamente com Serigrafias sem desconfiarmos que também são usadas por artistas. Geralmente conhecemos pelo nome Silk-Screen, isto é, Estamparia.
Este meio de impressão é muito comum na utilização comercial, servindo para uma larga aplicação, seja em tecidos, plásticos, vidro, cerâmica, madeira ou metal.
Quando se trata de uma Obra de Arte no entanto, a Serigrafia se sofistica e recebe tratamento diferenciado em todo seu processo, tanto quanto nas tintas usadas, como também no número de impressões que formam a imagem, ganhando assim qualidade, mais distanciando-se da aplicação comercial em larga escala.
O processo de gravação consiste em transferir a imagem desenhada para uma "tela de nylon". O desenho pode ser feito com tinta opaca (nanquim) em material transparente (acetato ou papel vegetal), obtendo-se o "filme" que servirá para gravar a tela (matriz).
Este processo assemelha-se ao da fotografia. Em resumo, o filme desenhado é posto sobre a tela de nylon, que recebeu uma fina camada de líquido (emulsão) sensível à luz. Dentro de uma caixa escura, a tela de nylon com o desenho são expostos a luz muito forte. Passado alguns minutos a emulsão que recebeu a luz seca e adere ao nylon, e a que ficou protegida pelo desenho é retirada com água.
O resultado é uma espécie de "peneira", digamos assim, sendo que a parte desenhada esta livre para a passagem da tinta e o restante está vedado pela emulsão.
A impressão se faz através de rodos que "empurram" a tinta que é posta dentro da tela de nylon, pelos orifícios deixados em aberto que formam o desenho. A impressão é feita numa mesa na qual se fixa a tela com dobradiças, de modo a permitir que levante-se a tela (como quem abre e fecha uma porta) e coloque-se o papel sempre no mesmo lugar para receber a imagem. O número de impressões é que permite a composição total do desenho, somando as cores e formas a cada nova impressão -assim como quem pinta uma paisagem, e primeiro pinta o tudo o que é azul, depois o que é amarelo, e assim por diante, e dessa forma chega ao resultado final.
NÚMERO DE IMPRESSÃO E MATRIZES
Em geral uma gravura pode ser feita com apenas uma matriz e uma impressão, isto serve para todas as modalidades consideradas aqui. Mas a utilização de várias matrizes e várias impressões também é bastante comum, sobretudo nas Serigrafias. Desta forma, o processo descrito para a gravação da imagem numa matriz, seja no cobre, na pedra, na madeira, na borracha ou no nylon, é multiplicado pelo número de vezes que o artista precisou para obter sua imagem ideal. O mesmo ocorre com a impressão. Assim, temos gravuras que resultam de 4, 5, 8 matrizes, e que exigiram o mesmo número de impressões. Há casos de Serigrafias com até 30 impressões ou mais.
Isto torna o processo da gravura muito dispendioso, e seu produto numa Obra de grande empenho do artista e do impressor, pois estamos falando de operações sofisticadas, inteiramente manuais, que envolvem muita atenção e força, principalmente no trato com as pedras litográficas e polimento de matrizes de cobre.
E diga-se de passagem, que não citamos os cuidados com os papeis, que exigiria outro artigo de igual tamanho, além da limpeza de tudo o que esta arte envolve.
No entanto, é importante termos em mente, que seja qual for a técnica escolhida pelo artista - Metal, Litografia, Xilogravura, Linóleo ou Serigrafia - o que vale acima de tudo, é a capacidade de expressão que cada meio permite, e como isto irá de encontro às necessidades do artista.
Desse panorama da gravura, chega-se rápido a compreensão de como é uma atividade especializada, e como não pode ser comparada aos produtos fabricados pelos meios industriais. Antes de qualquer conclusão, um fato destaca-se a priori: a Obra de Arte é sempre fruto de muito empenho, dedicação, estudo e Amor à Beleza.
Assim, cada modalidade de gravura terá seu "idioma" peculiar, ainda que cada artista pronuncie seus próprios "poemas" com ele. Isto significa que as comparações não são cabíveis, pois não se trata de avaliar perícia e virtuosismo de um em detrimento de outro. Na verdade, quando falamos sobre Arte, não alcançamos jamais sua essência mirando nos aspectos técnicos. É possível, sim, que o virtuosismo de um artista nos impressione, mas isso não nos revela mais do que a superfície de seu espírito. Se desejamos mais do que isso, precisamos de silêncio e muito desprendimento de tudo aquilo que é material, e só assim a Obra se revelará plenamente em nós e cumprirá seu destino: emocionar.
Retirado de casa da cultura.org
Mauro Andriole
O termo "gravura" é muito conhecido pela maioria das pessoas, no entanto, as várias modalidades que constituem esse gênero, costumam confundir-se entre si, ou com outras formas de reprodução gráfica de imagens. Isto faz da gravura uma velha conhecida, da qual pouco sabemos de fato.
De um modo geral, chama-se "gravura" o múltiplo de uma Obra de Arte, reproduzida a partir de uma matriz. Mas trata-se aqui de um reprodução "numerada e assinada uma a uma", compondo desta forma uma edição restrita, diferente do "poster", que é um produto de processos gráficos automáticos, e reproduzido em larga escala sem a intervenção do artista.
Um carimbo pode ser a matriz de uma gravura, a grosso modo. Mas quando esse "carimbo" é fruto da elaboração e manipulação minuciosa de um artista, temos um "original" - uma matriz - de onde surgirão as imagens que levarão um título, uma assinatura, a data e a numeração que a identificam dentro da produção desse artista: torna-se uma Obra de Arte.
Cada imagem reproduzida desta forma, é única em si, independentemente de suas cópias, consequentemente, cada gravura "é única", é uma Obra original assinada. O fato de haver cópias da mesma imagem, nada tem a ver com a questão de sua originalidade. Ao contrário disso, a arte da gravura está justamente na perícia da reprodução da imagem, na fidelidade entre as cópias, este é um dos fatores que distinguem o artista "gravador".
Quando falamos de gravura, temos em mente um processo inteiramente artesanal. Desde a confecção da matriz, até o resultado final da imagem impressa no papel, a mão do artista está em contato com a Obra.
Depois de impressa, cada gravura recebe a avaliação particular do artista, que corrige os efeitos visuais ou os tons e cores, ou ainda, acrescenta ou elimina elementos que reforcem o caráter que quer dar à imagem.
Quando a imagem chega ao "ponto", define-se a quantidade de cópias para a edição. As gravuras editadas são assinadas, numeradas e datadas pelo próprio artista. Em geral a numeração aparece no canto inferior esquerdo da gravura - 1/ 100, ou 32/ 50 por exemplo - isto indica o número do exemplar (1 ou 32), e quantas cópias foram produzidas daquela imagem (100 ou 50). O número de cópias varia muito, e depende de fatores imprevisíveis, que vão desde a possibilidade técnica que cada modalidade permite, ou também da demanda "comercial", ou do desejo do artista apenas. Grandes edições não chegam a 300 cópias, mas em geral o número é muito menor, ficando por volta de 100. Gravuras em Metal costumam ser as de menor tiragem, devido ao desgaste da matriz, que não costuma agüentar muito mais de 50 cópias.
Outras indicações também são usadas em gravuras: PI (prova do impressor), BPI (boa para impressão, quando chega-se ao resultado desejado para todas as cópias), PE (prova de estado, que indica uma etapa da imagem antes de sua configuração final), PCOR ( prova de cor, correspondendo à investigação de combinações de cores e tons), e também PA (prova do artista, que representa um percentual que o artista separa para seu acervo, em geral 10% da edição)
Além do trabalho do artista, há também a preciosa atuação do "impressor", uma figura que está atrás do pano, por assim dizer, alguém que não cria a imagem, tampouco assina a Obra, mas faz com que ela "apareça" aos olhos do artista, literalmente.
O impressor é quem domina os segredos do "processamento da matriz e da reprodução fiel das cópias". Há artistas impressores também, mas no geral, a gravura é fruto de um trabalho coletivo.
A gravura é um meio de expressão que sempre ocupou lugar de destaque na produção da maioria dos artistas, pois possui características sem equivalência em outras modalidades artísticas. Suas operações sofisticadas e a invenção dos métodos de imprimir, e das próprias prensas, fizeram do ofício do artista gravador um misto de gênio da criação, com engenheiro e alquimista. Não é difícil imaginar as dificuldades de produção de uma gravura em Metal, ou Litografia em épocas que eram iluminadas a fogo, num tempo em que a carroça e o cavalo eram os transportes mais comuns nas grandes cidades, e que nada se sabia sobre plástico ou nem se imaginava a possibilidade de comprar uma lixadeira elétrica na loja de ferragens.
A Arte da gravura exigia conhecimentos que iam muito além do seu próprio universo. E igualmente, sua penetração na sociedade nada tinha de comum com o que hoje observamos, daí seu alto valor como técnica e conhecimento dentro das atividades humanas num mundo pré-industrial.
A gravura serviu de laboratório para grandes idéias e para veicular ideais com maior facilidade, criando interação entre camadas distintas da sociedade.
A interação do artista com o impressor pode comparar-se a do maestro com o músico durante uma sinfonia. Cada um é mestre em seu ofício, e não há mérito maior para um ou para outro, senão o de "juntos" obterem a Obra de Arte.
Existem vários tipos de gravura, ou, técnicas distintas de reproduzir uma Obra. As mais utilizadas pelos artistas são: a gravura em Metal, a Litografia, a Xilografia, o Linóleo e a Serigrafia.
Daremos uma breve descrição destas modalidades de gravura, apenas como uma aproximação inicial, levando em consideração que o estudo aprofundado exigiria muito mais tempo e formas específicas que fogem completamente do propósito deste artigo. De alguma forma, contudo, investigaremos o fascinante universo da gravura e comprovaremos que ela é objeto de grande valor na história humana.
METAL
A gravura em Metal é uma das mais antigas, temos Obras nesta técnica, produzidas por vários gênios da Renascença, como Albert Dürer por exemplo, datando de 1500 d.C.
A técnica do Metal consiste na "gravação" de uma imagem sobre uma chapa de cobre. Os meios de obter a imagem sobre a chapa são muitos, e não seria exagero dizer que são quase "infinitos", pois cada artista desenvolve seu procedimento pessoal no trato com o cobre. De um modo geral, o artista faz o desenho por meio de uma ponta seca - um instrumento de metal semelhante a uma grande agulha que serve de "caneta ou lápis". A ponta seca risca a chapa, que tem a superfície polida, e esses traços formam sulcos, micro concavidades, de modo a reterem a tinta, que será transferida através de uma grande pressão, imprimindo assim, a imagem no papel.
Esta não é a única forma de trabalhar com o Metal, como dissemos antes, mas é um procedimento muito usual para os gravadores. Além de ferir a chapa de cobre com a ponta seca, obtendo o desenho, a chapa também pode receber banhos de ácido, que provocam corrosão em sua superfície, criando assim outro tipo de concavidades, e consequentemente, efeitos visuais. Desta forma o artista obtém gradações de tom e uma infinidade de texturas visuais. Consegue-se assim uma gama de tons que vai do mais claro, até o mais profundo escuro.
Os dois procedimentos, a ponta seca e os banhos de ácido, são usados em conjunto, e além destes, ainda há outros mais sofisticados, mas que exigem longas explicações, pois envolvem a descrição de operações muito complexas. A ponta seca é o instrumento mais comum, mas existem vários outros para gravar o cobre, cada qual conferindo um possibilidade diferente ao artista.
LITOGRAFIA
A Litografia surge por volta de 1797, inventada por Alois Senefelder.
Desta vez, a matriz a partir da qual se reproduzem as cópias é uma pedra, que é igualmente polida, como o cobre, e que também receberá banhos corrosivos que criarão micro sulcos para reter a tinta que será impressa no papel.
O processo de gravação na pedra litográfica se dá primeiramente através da utilização de material oleoso, com o qual se elabora a imagem. Este material pode ter várias formas diferentes.
Existem como "lápis litográficos" ( possuindo gradações distintas quanto ao seu grau de dureza, assim como os lápis de grafite de desenho - série H, os mais duros, e série B, os macios.) Também podem ser em formato de "barrinhas", como o giz de cera comum, com os quais se desenha na pedra. E há tintas à base de óleo que também gravam a pedra, usando-se o pincel, como uma espécie de nanquim. E até o contato da mão do artista pode "marcar" a imagem, fato que exige perícia na hora de desenhar, evitando manchas acidentais. O desenho feito na pedra é sempre em preto, as cores só vão surgir na hora de imprimir a imagem no papel.
Temos, portanto, em síntese, que a pedra litográfica é sensível à gordura, e que a imagem produzida, pode ser obtida através de inúmeras formas conforme os materiais acima citados. Fica claro que isto permite uma vasta diferenciação entre as técnicas de cada artista, conferindo assim, sempre efeitos muito pessoais na criação da imagem.
Além de "gravar" a pedra com "gordura", é preciso que o artista isole as áreas que ficaram "em branco", ou seja, que continuam sem desenho. Isto se faz com uma goma, "lacrando" a pedra para o processo de corrosão. Somente as áreas desenhadas sofrerão o ataque corrosivo, de modo a criar micro concavidades para a receber a tinta, as demais continuarão "em branco" e estarão sempre molhadas durante a impressão. A tinta também é oleosa, por isso só adere aonde está o desenho, nas área "em branco" sofre a ação repelente da água.
A tinta é transferida para a pedra já "processada" usando-se um rolo de borracha, semelhante ao rolo de esticar massas. Apenas uma fina camada de tinta é suficiente para imprimir a imagem no papel.
A operação final é a "passagem" da imagem para o papel usando-se uma grande prensa que esmaga o papel sobre a pedra.
XILOGRAFIA
A forma mais antiga de impressão é a utilização de um relevo que recebe a tinta, a partir do qual se transfere a imagem para outra superfície. Dentre estes processos está a Xilografia.
A Xilografia consiste numa matriz em alto relevo produzida em madeira. Esta forma de gravação foi amplamente utilizada ao longo de toda história. Grandes nomes da Arte serviram-se de seus recursos, seja em períodos longínquos, ou em nossa época.
A imagem é gravada através de goivas, formões e pontas cortantes. O artista "entalha" seu desenho na madeira, ao modo de um escultor, mas tem em mente que essa matriz não é a Obra, e sim o meio para alcançá-la. Depois disso, a matriz recebe a tinta e vai para a prensa com o papel. Há também a impressão com as costas de uma colher. Esta técnica exige grande habilidade do artista e permite a obtenção de detalhes que a prensa não consegue alcançar.
LINÓLEO
Esta técnica assemelha-se ao entalhe da Xilogravura, no entanto, ao invés de madeira, a matriz é de material sintético - placas de borracha, chamadas "linóleo".
Igualmente a "Xilo", a placa de linóleo receberá a tinta que ficará nas partes em alto relevo, e sobre pressão será transferida para o papel.
Esta técnica é mais recente do que a Xilogravura devido ao material de sua matriz, e foi muito utilizada pelos artistas modernos, como Picasso por exemplo.
SERIGRAFIA
A Serigrafia é a modalidade mais recente das técnicas apresentadas até então. Convivemos diariamente com Serigrafias sem desconfiarmos que também são usadas por artistas. Geralmente conhecemos pelo nome Silk-Screen, isto é, Estamparia.
Este meio de impressão é muito comum na utilização comercial, servindo para uma larga aplicação, seja em tecidos, plásticos, vidro, cerâmica, madeira ou metal.
Quando se trata de uma Obra de Arte no entanto, a Serigrafia se sofistica e recebe tratamento diferenciado em todo seu processo, tanto quanto nas tintas usadas, como também no número de impressões que formam a imagem, ganhando assim qualidade, mais distanciando-se da aplicação comercial em larga escala.
O processo de gravação consiste em transferir a imagem desenhada para uma "tela de nylon". O desenho pode ser feito com tinta opaca (nanquim) em material transparente (acetato ou papel vegetal), obtendo-se o "filme" que servirá para gravar a tela (matriz).
Este processo assemelha-se ao da fotografia. Em resumo, o filme desenhado é posto sobre a tela de nylon, que recebeu uma fina camada de líquido (emulsão) sensível à luz. Dentro de uma caixa escura, a tela de nylon com o desenho são expostos a luz muito forte. Passado alguns minutos a emulsão que recebeu a luz seca e adere ao nylon, e a que ficou protegida pelo desenho é retirada com água.
O resultado é uma espécie de "peneira", digamos assim, sendo que a parte desenhada esta livre para a passagem da tinta e o restante está vedado pela emulsão.
A impressão se faz através de rodos que "empurram" a tinta que é posta dentro da tela de nylon, pelos orifícios deixados em aberto que formam o desenho. A impressão é feita numa mesa na qual se fixa a tela com dobradiças, de modo a permitir que levante-se a tela (como quem abre e fecha uma porta) e coloque-se o papel sempre no mesmo lugar para receber a imagem. O número de impressões é que permite a composição total do desenho, somando as cores e formas a cada nova impressão -assim como quem pinta uma paisagem, e primeiro pinta o tudo o que é azul, depois o que é amarelo, e assim por diante, e dessa forma chega ao resultado final.
NÚMERO DE IMPRESSÃO E MATRIZES
Em geral uma gravura pode ser feita com apenas uma matriz e uma impressão, isto serve para todas as modalidades consideradas aqui. Mas a utilização de várias matrizes e várias impressões também é bastante comum, sobretudo nas Serigrafias. Desta forma, o processo descrito para a gravação da imagem numa matriz, seja no cobre, na pedra, na madeira, na borracha ou no nylon, é multiplicado pelo número de vezes que o artista precisou para obter sua imagem ideal. O mesmo ocorre com a impressão. Assim, temos gravuras que resultam de 4, 5, 8 matrizes, e que exigiram o mesmo número de impressões. Há casos de Serigrafias com até 30 impressões ou mais.
Isto torna o processo da gravura muito dispendioso, e seu produto numa Obra de grande empenho do artista e do impressor, pois estamos falando de operações sofisticadas, inteiramente manuais, que envolvem muita atenção e força, principalmente no trato com as pedras litográficas e polimento de matrizes de cobre.
E diga-se de passagem, que não citamos os cuidados com os papeis, que exigiria outro artigo de igual tamanho, além da limpeza de tudo o que esta arte envolve.
No entanto, é importante termos em mente, que seja qual for a técnica escolhida pelo artista - Metal, Litografia, Xilogravura, Linóleo ou Serigrafia - o que vale acima de tudo, é a capacidade de expressão que cada meio permite, e como isto irá de encontro às necessidades do artista.
Desse panorama da gravura, chega-se rápido a compreensão de como é uma atividade especializada, e como não pode ser comparada aos produtos fabricados pelos meios industriais. Antes de qualquer conclusão, um fato destaca-se a priori: a Obra de Arte é sempre fruto de muito empenho, dedicação, estudo e Amor à Beleza.
Assim, cada modalidade de gravura terá seu "idioma" peculiar, ainda que cada artista pronuncie seus próprios "poemas" com ele. Isto significa que as comparações não são cabíveis, pois não se trata de avaliar perícia e virtuosismo de um em detrimento de outro. Na verdade, quando falamos sobre Arte, não alcançamos jamais sua essência mirando nos aspectos técnicos. É possível, sim, que o virtuosismo de um artista nos impressione, mas isso não nos revela mais do que a superfície de seu espírito. Se desejamos mais do que isso, precisamos de silêncio e muito desprendimento de tudo aquilo que é material, e só assim a Obra se revelará plenamente em nós e cumprirá seu destino: emocionar.
Retirado de casa da cultura.org
Colagraf
A técnica colagraf funda-se em produzir uma matriz colando materiais diversos, em uma superfície relativamente dura, como papelão ou similares, de modo que, o relevo dos materiais adicionados que irão gerar a impressão. A matriz produzida através desta técnica permiti a reprodução da mesma imagem, gerando várias estampas.
Para confeccionar a estampa intitulada de “gato” colei no papel panamá lantejoulas de tamanhos variados, aparas de lápis, retalho de EVA e barbante para fazer ao esboço do gato, depois que a cola secou impermeabilizei a matriz com quatro demãos de goma laca.
Para imprimir a imagem entintei a matriz com tinta gráfica preta usando um rolo de borracha, coloquei a folha de papel sulfite sobre a matriz e friccionei com as costas de uma colher de pau.
Na estampa “África” adicionei papel microondulado (bacia), papelão (silhueta da mulher), linha de bordado (pulseira e colar) e tinta acrílica em alto relevo (árvores e o caminho), impermeabilizei a matriz com quatro demãos de goma laca e a impressão foi feita na prensa.
Na matriz de colagraf sem título foi adicionado papel de seda amassado, papel laminado texturizado e linha de bordado para ponto cruz, novamente impermeabilizei a matriz com quatro demãos de goma laca e a impressão foi gerada na prensa.
É notável a superioridade de qualidade gráfica da impressão gerada na prensa em relação à impressão feita através de fricção com a colher de pau, contudo, optei pelo envio da impressão feita com fricção da matriz “gato”, pois devido à espessura a impressão na prensa não ficou boa somente às extremidades ficavam nítidas.
Retirado de marcelaartesvisuais.blogspot.com
Para saber mais:
Monotipia
http://blog.desarte.com.br/glossario/monotipia
técnicas digitais
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_digital
Monotipia
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técnicas digitais
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Pop Art
Um movimento interessado na desconstrução dos ícones reconhecidos pela sociedade industrial.
O lugar da arte sempre foi um tema extensamente debatido entre críticos, apreciadores, pesquisadores e os próprios artistas. Durante um bom tempo, o mundo da arte foi pensado como uma esfera autônoma, regida por seus próprios códigos e fruto de uma criatividade centrada na individualidade do artista. Contudo, principalmente a partir do século XX, notamos que essa separação entre a arte e o mundo veio perdendo força na medida em que movimentos diversos buscaram quebrar tais limites.
Na década de 1950, observamos a formulação de um movimento chamado de “pop art”. Essa expressão, oriunda do inglês, significa “arte popular”. Ao contrário do que parece, essa arte popular que define tal movimento não tem nada a ver com uma arte produzida pelas camadas populares ou com as noções folcloristas de arte. O “pop art” enquanto movimento abraça as diversas manifestações da cultura de massa, da cultura feita para as multidões e produzida pelos grandes veículos de comunicação.
Ao envolver elementos gerados pela sociedade industrial, a “pop art” realiza um duplo movimento capaz de nos revelar a riqueza de sua própria existência. Por um lado, ela expõe traços de uma sociedade marcada pela industrialização, pela repetição e a criação de ícones instantâneos. Por outro, questiona os limites do fazer artístico ao evitar um pensamento autonomista e abranger os fenômenos de seu tempo para então conceber suas criações próprias.
O movimento “pop art” apareceu em um momento histórico marcado pelo reerguimento das grandes sociedades industriais outrora afetadas pelos efeitos da Segunda Guerra Mundial. Dessa forma, adotou os grandes centros urbanos norte-americanos e britânicos como o ambiente para que seus primeiros representantes tomassem de inspiração para criar as suas obras. Peças publicitárias, imagens de celebridades, logomarcas e quadrinhos são algumas dessas inspirações.
Os integrantes da “pop art” conseguiram chamar a atenção do grande público ao se inspirar por elementos que em tese não eram reconhecidos como arte, ao levar em conta que o consumo era marca vigente desses tempos. Grandes estrelas do cinema, revistas em quadrinhos, automóveis modernos, aparelhos eletrônicos ou produtos enlatados foram desconstruídos para que as impressões e ideias desses artistas assinalassem o poder de reprodução e a efemeridade daquilo que é oferecido pela era industrial.
Entre outros representantes desse movimento, podemos destacar a figura de Andy Warhol, conhecido pelas múltiplas versões multicoloridas de “Marilyn Monroe”, produzida no ano de 1967. Outro exemplo de “pop art” pode ser reconhecido na obra “No Carro”, em que Roy Lichenstein utiliza a linguagem dos quadrinhos para explorar situações urbanas. Ainda hoje, diversos artistas empregam as referências da “pop art” para conceber quadros, esculturas e outras instalações.
Fonte: Brasil Escola
O lugar da arte sempre foi um tema extensamente debatido entre críticos, apreciadores, pesquisadores e os próprios artistas. Durante um bom tempo, o mundo da arte foi pensado como uma esfera autônoma, regida por seus próprios códigos e fruto de uma criatividade centrada na individualidade do artista. Contudo, principalmente a partir do século XX, notamos que essa separação entre a arte e o mundo veio perdendo força na medida em que movimentos diversos buscaram quebrar tais limites.
Na década de 1950, observamos a formulação de um movimento chamado de “pop art”. Essa expressão, oriunda do inglês, significa “arte popular”. Ao contrário do que parece, essa arte popular que define tal movimento não tem nada a ver com uma arte produzida pelas camadas populares ou com as noções folcloristas de arte. O “pop art” enquanto movimento abraça as diversas manifestações da cultura de massa, da cultura feita para as multidões e produzida pelos grandes veículos de comunicação.
Ao envolver elementos gerados pela sociedade industrial, a “pop art” realiza um duplo movimento capaz de nos revelar a riqueza de sua própria existência. Por um lado, ela expõe traços de uma sociedade marcada pela industrialização, pela repetição e a criação de ícones instantâneos. Por outro, questiona os limites do fazer artístico ao evitar um pensamento autonomista e abranger os fenômenos de seu tempo para então conceber suas criações próprias.
O movimento “pop art” apareceu em um momento histórico marcado pelo reerguimento das grandes sociedades industriais outrora afetadas pelos efeitos da Segunda Guerra Mundial. Dessa forma, adotou os grandes centros urbanos norte-americanos e britânicos como o ambiente para que seus primeiros representantes tomassem de inspiração para criar as suas obras. Peças publicitárias, imagens de celebridades, logomarcas e quadrinhos são algumas dessas inspirações.
Os integrantes da “pop art” conseguiram chamar a atenção do grande público ao se inspirar por elementos que em tese não eram reconhecidos como arte, ao levar em conta que o consumo era marca vigente desses tempos. Grandes estrelas do cinema, revistas em quadrinhos, automóveis modernos, aparelhos eletrônicos ou produtos enlatados foram desconstruídos para que as impressões e ideias desses artistas assinalassem o poder de reprodução e a efemeridade daquilo que é oferecido pela era industrial.
Entre outros representantes desse movimento, podemos destacar a figura de Andy Warhol, conhecido pelas múltiplas versões multicoloridas de “Marilyn Monroe”, produzida no ano de 1967. Outro exemplo de “pop art” pode ser reconhecido na obra “No Carro”, em que Roy Lichenstein utiliza a linguagem dos quadrinhos para explorar situações urbanas. Ainda hoje, diversos artistas empregam as referências da “pop art” para conceber quadros, esculturas e outras instalações.
Fonte: Brasil Escola
O nascimento de Vênus
"O Nascimento de Vênus", de Sandro Botticelli(figura I)
"O Nascimento de Vênus", de Di Cavalcanti (figura II)
As obras acima relatam o mesmo tema, o qual é a representação da deusa Vênus da mitologia grega, porém aparecem em circunstâncias e contextos completamente distintos.Sandro Botticelli foi um dos mais importantes artistas do Renascimento Cultural, resgatou, de maneira brilhante, muitos aspectos culturais e artísticos das civilizações gregas e romanas, assim seguia temáticas religiosas e mitológicas dessas civilizações. Suas obras também são marcadas pelo realismo, por movimentos suaves e cores vivas, sendo esses representados na pintura "O Nascimento de Vênus" onde, de maneira detalhada, a deusa Vênus emerge do mar sobre uma concha com forma de mulher adulta, no centro da obra, conforme descrito em antigos registros gregos. E há três personagens, um casal a direita de Vênus e uma mulher a sua esquerda.Ao contrário, Di Cavalcanti foi um dos idealizadores da Semana Da Arte Moderna e uma importante referência para o Modernismo e para a história das artes plásticas no Brasil. Tem uma ousadia estética, marcada pela definição dos volumes, pela riqueza das cores, pela luminosidade, costuma fazer a exploração de temas ligados ao cotidiano, característica de vários modernistas. É carregado de lirismo, revelando símbolos de uma brasilidade personificada em mulatos que observam a vida passar, moças sensuais, foliões e pescadores. Alguns desses aspectos são mostrados na pintura (II) acima, ao fundo da obra aparece o mar, como um símbolo do tropicalismo brasileiro.Com isso nota-se que existem alguns aspectos parecidos,como por exemplo, as formas que as supostas deusas localizam suas mãos, porém como foram criados em épocas completamente diferentes, cada obra é classificada de uma forma.
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
ALFABETO VISUAL PARA USAR FAZER E COMPREENDER AS DIVERSAS LINGUAGENS
ALFABETO VISUAL PARA USAR FAZER E COMPREENDER AS DIVERSAS LINGUAGENS
1) ALFABETO VISUAL
O que é linguagem? O que é código? O que são signos?
a)Linguagens
Sistema próprio de organização
b)Linguagem Visual
Código próprio = elementos que servem para formar suas mensagens compreendemos e usufruímos melhor essas mensagens quando conhecemos os elementos que as constituem, as estratégias que o autor usou e os recursos sobre nossa sensibilidade = é isso que forma o alfabeto visual)
c)Código
Elementos que servem para formar mensagens
Exemplo: carta enigmática
2) SIGNO, MARCA, SINAL
a)Signos
Marcas com a intenção de transmitir ideias
b)Signo
Forma associada a uma idéia. Pelos signos nós nos comunicamos com os outros e transmitimos nossas mensagens
c)Signos do cotidiano
Listar os signos conhecidos. Pesquisar os signos do cotidiano
d)Marcas
Podem ser voluntárias e involuntárias
e)Marcas gráficas
São produzidas por instrumentos tais como: lápis, caneta, giz, pincel e outros...
f)Sinais involuntários
São as nossas marcas involuntárias, espontâneas
g)Sinais voluntários
NAO são espontâneos, servem para comunicar idéias de acordo com a superfície e
instrumentos.
Exemplos: línguas e códigos criados por grupos diferentes; língua do p;
3) PONTO
Sinal Gráfico mínimo e elementar
Pontos podem criar idéias, comunicar sensações, dar idéia de movimento, ritmo luz, sombra, volume, atmosfera.
O ponto está na base de todos os desenhos
Exemplo: Pontilhismo - Georges Seurat - Domingo na Ilha da Grande Jate (1884 - 86)
4) LINHA
O PONTO
O PONTO é a unidade mais simples e expressão mínima da comunicação visual. Não tem geometricamente uma dimensão, área ou superfície. É simplesmente invisível. como se trata do elemento visual mais simples, torna-se necessário graficamente torná-lo visível. Acontece por exemplo quando a ponta do lápis contacta com o papel.
Os pontos podem ser:
Muitos artistas na criação das suas obras utilizam as potencialidades plásticas do ponto ( forma, dimensão e cor). Ficam aqui alguns exemplos.
A Linha
Os pontos podem ser:
Muitos artistas na criação das suas obras utilizam as potencialidades plásticas do ponto ( forma, dimensão e cor). Ficam aqui alguns exemplos.
A Linha
Marca continua ou com aparência de continua
Linha gráfica = traçada com a ajuda de qualquer instrumento sobre uma superfície
Uma linha pode / linhas podem:
a)sugerir movimento e ritmo
b)comunicar sentimentos e sensações
c)definir figuras e formas
d)transmitir dinamismo, velocidade, ímpeto, harmonia, musicalidade, violência, agressividade, medo, dor...
e)Ser artística e decorativa
Exemplos: vaso; mapa / guia de rua; "estrada*
Exemplos: Picasso - Estudo para Mercure. 1924; estudos de Picasse para o quadro Guemica.
Sugestões: cantinho de réguas; impressão em azulejo e papel poroso
A LINHA
“A linha é um ponto dando um passeio” Klee
A LINHA pode ser definida como um ponto em movimento. Assim, uma linha é constituída por um conjunto de pontos. O comprimento é a única medida que uma linha pode ter e a sua representação no espaço é infinita.A linha evidencia formas e tem uma função técnica e expressiva na representação e na comunicação visual. É um elemento gráfico do desenho muito importante, pois com ela podemos definir formas e mostrar a nossa imaginação e criatividade.
Exemplos como alguns artistas utilizaram a linha de forma criativa
5. PROPORÇÃO
Relações entre os dois lados de um objeto
Proporções continuam iguais mesmo que o desenho seja reduzido ou aumentado
Proporções quando não respeitadas, deformam o todo
Alguns artistas exploram a falta ou a quebra das proporções para darem um clima estranho e inquietante aos seus trabalhos
Exemplos: figura aumentada em escala
Van Gogh - O Quarto; Velasquez - As Meninas; Tarsilia - Abapuru
6. SUPERFÍCIE e TEXTURA
Superfície - diferentes formas e tipos: tela, cartolina, tecido, madeira, parede, azulejo, papel, materiais reaproveitados, etc
Superfície - diferentes personalidades: enrugada, esponjosa, crespa, aveludada, acetinada, felpuda, granulada, ondulada
Textura = aspectos da trama e do entrelaçamento das fibras que constituem uma superfície
Textura / técnica - existem desenhos feitos em técnica denominada textura
Cada tipo de textura pode provocar um tipo de reação
A combinação de texturas diferentes em desenho ou pintura pode produzir efeitos interessantes e surpreendentes
Exemplo: Renoir - O Almoço dos Rower, 1875 /1876 (Detalhe): Jan Van Eyck - Mossa Senhora do Cônego Van der Paele, 1436 (Detalhe)
7. CORES
Exercem determinado efeito sobre as pessoas
Não conseguimos ficar muito tempo em ambiente exageradamente colorido
Induzem á dança e à movimentação; predispõem á calma e à paz;
Exemplos: comparar lanchonetes fast- food e lanchonetes que tenham o objetivo de que os clientes demorem e gastem muito; hospital / escola; salão de igreja / salão de baile.
Há uma energia que vem das cores que influencia nosso estado de espírito - tem efeito sobre nosso humor. Exemplo: fase AZUL de Picasso
Função simbólica = podem transmitir idéias ou conceitos
Cor
É um fenômeno físico; Cores são geradas pela LUZ
Exemplo: Isaac Newton. DISCO COLORIDO
a) Branco
Círculo com 7 cores girando = as cores desaparecem - surge o BRANCO
b) Preto
Absorve todos os raios luminosos e não reflete nenhum dos raios; um objeto preto exposto ao sol, ABSORVE muito mais CALOR do que um branco ou de cor clara.
c) cores primárias
Puras, sem mistura = VERMELHO. AMARELO, AZUL
As cores se organizam de acordo com sua relação com 3 cores principais das 3 cores primárias surgem combinações que formam todas as outras...
Na cor, o todo é formado pelas cores primárias (vermelho, amarelo e azul).
d) cores secundárias
Formam-se a partir da mistura de duas cores primárias: laranja, verde e roxo. Cada cor secundária é complementar de uma cor primária que não entrou na sua formação
(mistura).
e) cores complementares
As cores se complementam entre si por oposição = complementares
Cada uma das cores primárias tem a sua cor complementar.
Essas cores se atraem e se valorizam mutuamente, modificando a percepção que temos delas - quando colocadas lado a lado, representam o mais forte contraste que pode haver entre as cores, tomando-as mais vivas = alcançam efeitos de luminosidade máxima.
Uma cor pode influenciar a outra.
Um traço preto modifica o efeito de uma cor sobre a outra-
f) cores complementares
Cada cor secundária é COMPLEMENTAR de uma cor primária que não entrou na sua formação (mistura). A parte COMPLEMENTAR de qualquer coisa é a parte que falta para completar o todo. Na cor, o todo é formado pelas cores primárias (vermelho, amarelo e azul).
g) cores quentes
Parecem ser mais alegres, mais vivas, lembram o fogo, o sol, transmitindo a sensação de calor dão a impressão de proximidade e de expansão: rosa magenta, laranja, amarelo e principalmente as cores derivadas do vermelho.
h)cores frias
Podem dar a impressão de afastamento, distância, calma, repouso, sombra; são geralmente usadas para representar a água, o céu, a neve, o gelo, transmitindo a sensação de frio; são derivadas principalmente do azul: azul, verde e roxo.
i)cores neutras
Cores que combinam com qualquer outra cor: branco, cinza e preto.
j) monocromia
É a harmonia conseguida quando utilizamos somente uma cor com suas variações de tons, obtidas com o auxílio do branco para clarear e do preto para escurecer.
8. LUZ, SOMBRA, VOLUME
Quando há luz há também sombra
A conjugação luz + sombra = percepção de volume
Mudança na fonte luminosa = mudança na sombra
Contraste entre luz e sombra = efeito claro-escuro
Sugerir movimento e ritmo
9. ESPAÇO
Uma figura plana sobre um fundo chapado não dá idéia de espaço, a figura fica colada ao fundo
Se a mesma figura plana for atingida pela luz, surgem: sombras, a idéia de volume e a ilusão da profundidade
Espaço X observador = relação variável - dimensões dos objetos são proporcionais à distância do observador em relação aos objetos
Aspectos que sugerem distância de objetos:
Cores + intensas = objetos + próximos
Esfumaçado azulado s intensifica a idéia de afastamento, nos objetos que estão ao fundo
Objetos mais próximos s maior detalhamento
Objetos mais distantes = menor detalhamento
10. PERSPECTIVA
É um efeito visual
É uma técnica que permite transferir para o desenho aquela impressão que nossos olhos vêem quando observam um espaço em que há objetos mais distantes
Exemplo: linha de trem- Quando observamos uma linha de trem, temos a impressão de que as duas linhas de trilho se unem no final e se tocam, até onde nossa vista alcança.
Chamamos de perspectiva:
A percepção visual de um espaço por meio de linhas paralelas que convergem a um ponto, o ponto de fuga;
A representação desse fenômeno no desenho, estratégia que dá efeito de profundidade
11. COMPOSIÇÃO
Combinação dos elementos do alfabeto visual
Quando observamos uma obra visual, compreendemos que é resultado de:
Um projeto inicial
Um trabalho de pesquisa
Uma composição de vários elementos que se conjugam para provocar um determinado
efeito final
É BOM SABER
Sobre Georges Seurat (1859-1891): é o criador do pontilhismo, ou seja, técnica em que o artista produz sua obra com pontos. Estes podem aparecer muito pequenos e próximos uns dos outros ou maiores e mais distanciados. As cores se mesclam na tela, e com o pincel e pequenos ou grandes pontos o artista compõe sua obra. Era um pintor lento em seu trabalho, mas suas obras revelam aspectos quase científicos. Suas tela a óleo a tinta ou a lápis são todas precisas e harmônicas. A cientificidade que caracterizou as suas criações
Uma das marcas desse artista. Seus quadros são cheios de mistério e poesia.
Sobre o alfabeto visual: “é constituído de sinais fundamentais, com os quais se formam imagens. Esses sinais são: o ponto, a linha, a superfície, o volume, a luz, a cor”...
Quem quiser saber mais sobre o assunto ir em www.ensinarevt.com/conteudos/ponto-linha/index.html
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